Nossa visita ao Turcomenistão na Ásia Central

Nossa “overland trip” ia começar e estávamos com os ânimos a mil. Desde a volta ao mundo de carro não tínhamos feito nenhuma viagem parecida e estávamos ansiosos por tudo que estava por vir. A viagem começaria pelo Turcomenistão, nosso primeiro país na Ásia Central.

A noite anterior ao nosso voo foi de muita ansiedade, ficamos acordados até as duas da manhã enquanto organizávamos tudo, desde malas a coisas de trabalho, pois sabíamos que internet seria um problema nessa parte do mundo.

Assim como fizemos quando fomos para a Coreia do Norte, enviamos para nossos pais nosso roteiro dia a dia e também o contato da Oásis Overland, a empresa com quem faríamos a viagem. Afinal, estávamos a caminho do segundo país mais fechado do mundo e que teve um ditador tão maluco quando Kim Jong Un, só que menos famoso, talvez por conta do corte de cabelo normal.

Asbagate é uma das cidades mais estranhas que já fomos…

A dificuldade para entrar no Turcomenistão

Por ser um dos países mais fechados do mundo, não é algo trivial conseguir um visto. Primeiro que o visto é concedido no aeroporto mediante uma carta convite. Quem pode emitir a carta convite é uma agência de viagem e no nosso caso, a Oásis Overland cuidou de tudo.

Já ouvimos de outros viajantes que chegaram no aeroporto na cara e coragem e pediram o visto de trânsito, mas, você não sabe quantos dias eles vão de dar (pode ser 1, 2, 3 dias) e lógico, podem sempre negar sua entrada.

Chegamos ao aeroporto com carta na mão, passaportes, e cara de pessoas sérias. Pagamos o custo de 99 dólares cada um e depois seguimos para a imigração. Enfim, passaportes carimbados.

Em um dia é possível ver a cidade toda de Asgabate

O que tem para fazer no Turcomenistão?

Bom, essa é uma pergunta bem cabível, e sabíamos somente de duas coisas realmente diferentes: A capital do país, Asgabate, conhecida como a cidade branca e a Porta do Inferno (Gates of Hell), que é uma cratera que tem fogo dentro há mais de 50 anos.

Chegamos durante a madrugada e pela nossa agenda tínhamos o primeiro dia livre, para ajustarmos o fuso horário e nos prepararmos para a viagem. Capotamos em nosso quarto que era igualzinho o da Coreia do Norte, em um hotel do governo, pelo jeito todos são, e acordamos assustados com o telefone.

Era nossa “team leader” Laura, nos perguntando se não íamos descer para o passeio que começava as 11:00h. Perguntamos para ela: que horas são? E a resposta foi: 11:00h. Nos trocamos correndo e em cinco minutos estávamos no hall do hotel. Claramente nos equivocamos em relação ao dia livre.

Percorremos a cidade vazia e visitamos monumentos, uma mesquita gigante (sem ninguém dentro, nem por perto), um mausoléu, e tudo o que é permitido mostrar para os turistas. A capital é conhecida por suas construções de mármore branco, financiadas pelo dinheiro que vem do gás natural gerenciado por um governo centralizador.

A capital recebeu ano passado 11 mil turistas, e em 2017 chegou a sediar os jogos asiáticos indoor de artes marciais. A infraestrutura é inacreditável, de deixar o Rio de Janeiro no chinelo.

A cidade ficou famosa mundo afora por deter vários recordes, todos meio que insignificantes… Mas se vocês querem saber? Lá vai:

  • A maior roda gigante em um lugar fechado
  • A maior concentração de prédios de mármore branco
  • Possui o maior número de fontes em um lugar público
  • O aeroporto tem o formato de um pássaro, não sei se está no livro dos recordes, mas é bem gigante e diferente.

A cidade iluminada a noite fica ainda mais estranha

Rumo a porta do inferno, no norte do país

No dia seguinte, começamos a viagem de verdade. Nos acomodamos no lindo caminhão amarelo da Oásis Overland com placa da Grã-Bretanha e seguimos rumo ao norte do país. Cruzamos o deserto de Karakum embaixo de um calor de 45 graus.

Vimos pequenos vilarejos, onde claramente, o dinheiro que possibilita fazer uma cidade inteira de mármore, não chega.

Chegamos finalmente ao nosso destino e onde acamparíamos: A cratera de gás Darwaza, ou Gates of Hell, ou Door to Hell, ou em português, Porta do Inferno. Após um acidente enquanto a União Soviética explorava gás na região, eles resolveram queimar o gás para não ter nenhum risco de contaminação ou envenenamento com o gás.

Acharam que em questão de dias, o fogo apagaria. Porém, 50 anos se passaram, e ainda é possível ver uma cratera gigante pegando fogo. Completamente surreal. E o calor que você sente se bater um vento na sua direção, não se compara com nada nesse mundo.

Mais surreal ainda foi acampar ali, nos arredores da cratera, com um lindo por do sol dando lugar, para um céu vermelho, reflexo da cratera.

Nossa última parada no Turcomenistão

Depois de uma noite sofrida, acampando acima dos 40 graus, acordamos cedo e seguimos viagem. Nosso destino era uma pequena cidade, Kunye Urgench, uma antiga cidade da rota da seda. 

O que resta dessa pequena cidade abandonada no começo de 1700, são apenas algumas construções, uma delas com um domo azul turquesa destruído e um belo mosaico em seu interior.

Mas o destaque do lugar, que inclusive é Patrimônio da Humanidade pela Unesco, é uma minarete de 60 metros, que data do século 11. Dizem que quando o imperador mongol Genghis Khan, que não era nada bonzinho, invadiu a região, ele pediu para que não destruísse a minarete.

Seguimos rumo a fronteira do Uzbequistão, junto com nosso guia, que ficou conosco em tempo integral (até acampou e cozinhou), e só se despediu uma vez que saímos de vez do país. Qualquer semelhança com a Coreia do Norte não é mera coincidência.

Quer fazer Overland também?

Essa viagem pela Ásia Central de caminhão foi feita em parceria com a Oasis Overland, uma das principais empresas de Overland no mundo. Eles possuem roteiros no mundo todo. Se você gosta de explorar o mundo, fazer amigos e ainda viver experiências diferentes, essa é uma boa escolha.

Para quem quer saber mais informações é só acessar o site da Oasis por aqui ou deixar sua dúvida abaixo!

Boas viagens…

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