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Fronteira da Coreia do Norte e Coreia do Sul

Nosso terceiro dia seria ainda mais cansativo, pegamos três horas de ônibus para ir da capital Pyongyang até a fronteira da Coreia do Norte e Coreia do Sul.

A Fronteira Coreia do Norte e Coreia do Sul é conhecida como DMZ em inglês, em português, Zona desmilitarizada da Coreia, que na verdade, nada mais é, que a fronteira entre os dois países.

Aqui vale uma ressalva importante, para a Coréia do Norte, não existe um país chamado Coréia do Sul, tudo é Coreia. Tanto que eles não se chamam de Coréia do Norte e é só por culpa do imperialismo americano que o sul não está unificado ao norte.

São aproximadamente 200 km que separam a capital da fronteira, mas, levamos mais de três horas para cobrir esse trecho. Durante a viagem vimos muitas plantações e uma vida rural muito simples.

Aqui a terra é do governo e os fazendeiros apenas trabalham na terra. Não vimos nada de maquinário e tudo é feito manualmente.

Eles basicamente plantam arroz e milho. Tanto que a cerveja aqui também é feita de arroz.

Chamada de DMZ, zona desmilitarizada, não é o que parece.

A zona mais tensa do mundo!

Chegando a fronteira esperamos mais de uma hora até sermos autorizados a seguir. O DMZ tem 250 km de extensão e 4 km de largura.

Junto com um soldado que seguiu conosco entramos nessa região onde vários incidentes e muitas mortes já aconteceram desde que foi estabelecida em 1953.

Outro fato interessante é que não há nenhum acordo de paz entre os dois países, e sim um armistício, que significa um acordo para pararem de lutar.

De qualquer forma, o passeio é tenso. O soldado que estava conosco foi explicando os lugares e alguns prédios onde foram assinados os acordos.

Na fronteira exata, de um lado está o prédio da Coréia do Norte, há uma rua, alguns casas azuis da ONU, que são consideradas território neutro, outra rua e depois o prédio da Coréia do Sul onde também há uma base militar americana.

Apesar de estarmos ali fazendo algo turístico, as tensões entre os dois países são sérias.

E apesar do nome ser zona desmilitarizada da Coreia, é uma das regiões mais militarizadas do mundo. Os dois países tem seu exercito pronto para entrar em ação a qualquer segundo dos dois lados da fronteira.

As casas azuis são onde ocorrem os encontros entre os dois países.

De volta a capital

Encaramos mais algumas horas de estrada até chegarmos novamente a capital Pyongyang.

Ainda fizemos mais alguns passeios pelo centro, um pelo mercado, onde vimos alguns produtos importados, inclusive marcas como Maggi, mas a maioria são produtos produzidos na China, na Rússia e no Vietnã.

O mercado paralelo tem crescido muito no país e sabendo que tem girado uma parte importante da economia, Kim Jong Un, o atual líder, tem fechado os olhos para isso.

O que mais nos chamou a atenção no mercado foi ver que uma garrafa de whisky de uma famosa marca que custa o mesmo preço do Brasil.

Considerando que muitas pessoas ganham em torno de 20 dólares de salário por mês, muitos dos produtos que estão lá são completamente inacessíveis.

De lá seguimos para a Rua do Futuro, o lugar mais moderno da Coréia do Norte. Segundo a nossa guia, os apartamentos da rua do futuro foram entregues aos professores. É realmente moderno, comparado com o resto do país, afinal, tudo é relativo nessa vida.

O arco da reunificação. 

Nosso grupo se preparando para a foto em frente ao arco da reunificação.

Fim da viagem pela Coreia do Norte

Nosso passeio pelo país acabou com um agradável e descontraído jantar onde até os guias participaram do karaokê.

Esses dias na Coréia do Norte nos trouxe muita reflexão. As pessoas aqui são felizes? Talvez sim, até porque elas não sabem como é o mundo lá fora e o que pode ser melhor.

Elas são instruídas desde pequenas a admirar os líderes e boa parte da população não questiona a falta de liberdade que para a maioria dos ocidentais é tão preciosa.

Sobre os campos de concentração, é realmente difícil abordar esse assunto. Você consegue até abordar a questão dos presos políticos, mas de uma maneira muito ampla.

Nós nos sentimos super seguros e os guias estrangeiros deixaram claro que se esquecêssemos a máquina fotográfica em qualquer lugar, ela estaria no hotel, pois alguém devolveria. Realmente eles tem feito um esforço para passar uma boa impressão para os estrangeiros.

Dificilmente um estrangeiro vai conseguir alguma informação sobre violação dos direitos humanos.

Para ser bem sincera, o único país que poderia ajudar é a China. A vizinha poderia acolher pessoas que estivessem tentando emigrar do país em vez de mandá-las de volta, pois obviamente, quando são enviadas de volta, elas são presas.

A rua do futuro em Pyongyang.

Curiosidades:

Um guia coreano se aproximou do Leo com a seguinte questão:

Guia: Você acha que vamos abrir o país?

Leo: Vocês só vão abrir a economia se a população quiser. Você quer?

Guia: Não, acho que está bom assim.

É muito difícil para eles a compreensão de que eles tem escolha e que podem mudar sua realidade.

Outra questão é a vida do líder. Por mais que eles sejam reverenciados, as estátuas visitadas, ninguém sabe nenhuma informação sobre a vida particular do atual líder Kim Jong Un (e devia ser igual com os outros líderes). Essa conversa que um dinamarquês teve com a guia explica bem:

Dinamarquês: Onde é a residência oficial do Marshal Kim Jong Un?

Guia: Como assim?

Dinamarquês: A rainha no nosso país tem uma residência oficial e todos sabem onde ela mora. Como é aqui?

Guia: Aqui não sabemos, na verdade não temos de saber nenhuma informação da vida privada do nosso líder.

Um dos guias também se aproximou de mim para perguntar se tínhamos de fazer reverência para o presidente no nosso país. Respondemos que não, que o trataríamos com o mesmo respeito que o estávamos tratando.

O poder está na mão de poucas pessoas na Coreia do Norte e a população não tem nenhuma compreensão de que elas são o país, e que o país deveria ser um reflexo das suas vontades. Enquanto eles acharem que a vida está boa, tudo vai continuar igual.

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