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Desbravando Carretera Austral

Fomos desbravar a Carretera Austral, no Chile. Só que ficar por tanto tempo na estrada, pingando de cidade em cidade, requer muita organização. Tanto que mesmo os mais precavidos, como nós, não podíamos antecipar tudo.

Claro que ter feito uma série de estudos, contas e cálculos tem nos ajudado a manter nosso orçamento em linha e tudo mais tranquilo em nossas vidas. Porém existe um processo que toma muito tempo no dia-a-dia da viagem. Um deles é estudar o que está por vir nas próximas cidades do roteiro. Por exemplo, somente em El Calafate decidimos que iríamos percorrer a Carreteira Austral no sul do Chile. Sinceramente eu já tinha ouvido falar dela, mas não conhecia nada e logo não estava no roteiro.

Como lidamos com a mudança de roteiro ao longo da viagem

No Facebook do Viajo logo Existo, as vezes postamos uma foto de um lugar que já estivemos e as pessoas falam: “Vocês foram em tal lugar?” Em alguns casos passamos batidos pelo lugar, e isso acontece porque é impossível estudar todos os lugares, passeios, praças, restaurantes, etc… Adoraríamos conseguir dar conta disso tudo. Porém, muitas vezes, nem internet direito temos.

Ou se temos é muito lenta. Se é rápida temos que subir nossos vídeos. O que quer dizer que sempre tem algo.

Sem falar quando dirigimos o dia todo e estamos mortos. Só na estrada para entender tudo isso mesmo…

O visual misterioso da Carretera Austral durante o inverno.

Mas o tema do post hoje é sobre os três dias que dirigimos pela Carreteira Austral no Chile. Também conhecida como Carreteira Augusto Pinochet. Porém, não ouvimos ninguém se referir a ela dessa forma. O nome vem porque o mesmo, em 1976, ordenou que fosse construída uma estrada que ligasse diversas cidades da patagônia chilena.

A construção levou mais de dez anos e o primeiro trecho foi aberto só em 1988. Com alguns trechos ficando pronto somente em 2003.

Parece que desde 2008 existe um projeto de pavimentação de todos os 1.200km da estrada. Podemos ver que o trabalho está intenso, afinal, havia máquinas por todos os lados e trechos. Segundo um operário de uma das empresas privadas, que estava hospedado no mesmo hostel que nós, em 2014 a carreteira deve estar toda pavimentada.

A meta nos pareceu ambiciosa…

Nossa primeira experiencia dirigindo com MUITA neve!

O início da nossa jornada pela Carretera Austral

Iniciamos nossa jornada na cidade de Chile Chico, já no Chile, depois de ter deixado para trás Los Antiguos ainda na Argentina. Essa fronteira é bem tranquila e estava vazia na manhã em que a cruzamos.

Nas duas cidades é possível encontrar a maioria dos serviços para o viajante. Desde hospedagem até banco, passando por mercados, farmácias e centro de informações. Tínhamos como primeiro destino o povoado de Puerto Tranquilo, por volta de 180km de Chile Chico. O sol, que havia nascido forte e brilhante, agora começava a se esconder atrás de uma grossa e úmida camada de nuvem.

Conforme nos aproximávamos dos Andes o tempo ficava mais instável.

Esse primeiro trajeto, mesmo com o tempo nublado, é espetacular. A estrada em rípio circunda o lago General Carreira/Buenos Aires (um nome em cada país). Que com seus paredões rochosos criam um cenário de filme. A água azul cristalina garante um espetáculo a parte. Chegamos em Puerto Tranquilo e fomos atrás do famoso passeio “capelas de mármore”. Onde de barco, em uma viagem de duas horas, você chega nas famosas formações rochosas. Tudo muito bonito e exótico, porém devido ao vento cortante e ao preço (60 dólares/barco) resolvemos que não valeria a pena fazê-lo. Decidimos então seguir até a cidade de Coyhaique, o que acabou sendo um pouco puxado.

A estrada de rípio normalmente já requer uma atenção especial. Com chuva e a noite acho que exageramos na pedida. Para completar, em uma parte pavimentada da estrada, já quase chegando,  encontramos neve e gelo na pista e um cara rodando na nossa frente. Sem maiores sustos, acho que estava bom por hoje… O topo da montanha ainda rendeu boas fotos noturnas, com algumas estrelas no céu e muita neve no chão. Já na cidade, achamos um hostel. Tomamos banho e desmaiamos de cansaço.

Cena comum pelas estradas da Patagônia

Nosso segundo dia pela Carretera Austral

Nosso segundo dia pela Carretera Austral amanheceu promissor, mas ainda muito frio. Pegamos estrada sentido norte sem ter uma cidade exata para chegar. Como tínhamos um mapa bom da região, íamos nos guiando por ele.

Nos 800 quilômetros que percorremos nesses três dias passamos por diversos povoados. Em sua maioria minúsculos, e por ser inverno, com poucas pessoas pelas ruas.

O tempo logo nublou e 90% dos visuais se perderam com a névoa e garoa que começou. Nessa altura do campeonato, nós dois já estávamos cansando do trajeto. Na verdade, cansando do tempo fechado… Entramos no Parque Nacional Queulat e o tempo nublado não nos permitiu tirar proveito do lugar. Aliás, na parte alta pegamos 30 cm de neve com diversos carros e camionetes perdendo tração e tendo que colocar correntes.

Em uma parte da estrada até brincamos que estávamos no Alasca tamanha quantidade de neve.

O desempenho do Coyote (nosso carro) na neve

O Coyote (nosso carro) se saiu muito bem em todos os trajetos com neve até agora. Compramos as correntes e no final ainda não as usamos, o máximo que fizemos em alguns trechos com gelo e neve foi travar o diferencial para ter uma segurança maior caso algum pneu perdesse tração, mas claro sempre dirigindo devagar e com precaução.

Os pneus estavam com 30mil quilômetros nessa altura e por seu bom estado também ajudaram a dar segurança nesses trechos…

De volta a viagem, esse segundo dia dirigíamos por quase seis horas direto, comemos um pão com cerdo em uma simpática senhorinha no caminho e dormimos em La Junta, um povoado a beira da estrada que atualmente serve de base para todos os operários da estrada, por conta disso a maioria dos hostel estão sempre cheios e os preços são bem mais altos devido a essa demanda extra.

Passamos em dez hostels e ficamos no mais barato, depois ainda de chorar um desconto.

Era uma senhora que lembrava minha avó, loirinha, baixinha, ficava mais tempo na cozinha que qualquer outra coisa e nos tratou muito bem! Nesse dia chegamos a discutir dirigir até Futaleufu, nossa ultima cidade no Chile antes de voltar para a Argentina, mas devido ao estada das estradas achamos melhor não arriscar.

Arica, quase 4mil km, seria nossa porta de saída do Chile nos próximos meses, rumo ao Peru.

De volta a Argentina, pela decima vez, rs!

No dia seguinte acordamos com tempo feio mas que melhorou durante o dia e conseguimos aproveitar o caminho. Cruzamos mais uma vez para a Argentina e sempre comemorávamos essas fronteiras, ainda mais quando demorava cinco minutos.

Assim que cruzamos paramos em uma padaria, pois não tínhamos almoçado, e compramos um pacote de chipas, parecido com um pão de queijo, e que em alguns lugares do Brasil também de encontra.

Chegamos a Esquel que era nosso destino, achamos um hostel com uma ampla cozinha, calefação e banho e isso era tudo que precisávamos depois das últimas duas noites!

Agora partíamos para nossos últimos dias do lado argentino antes de voltar de vez para o Chile!

Curiosidades:

  • A cidade Los Antiguos, ainda do lado argentino tem um festival da cereja desde 1989, que acontece no mês de Janeiro e é o turismo a principal atividade econômica da cidade.
  • O Vulcão Hudson no Chile entrou em atividade em 1991 e calcula-se que na uma semana que ficou em atividade jogou 10.000 toneladas de material e cobriu a cidade de Los Antiguos

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