Nossa visita a Zona de Exclusão Chernobyl

Chernobyl foi um dos lugares mais chocantes que já visitamos. Aproveitamos nossa primeira visita a Ucrânia para conhecer essa região isolada do mundo.

Sem mudar nada em nossa volta o bip começou a apitar. Pi, pi, pi, pi, cada vez mais alto e irritante. Aqui o nosso maior inimigo é invisível e indolor. O indicador não para de subir e precisamos sair rápido daqui.

Estamos em Chernobyl, norte da Ucrânia, há poucos metros do reator número 4, local do maior acidente nuclear da historia da humanidade. Nessa distância a quantidade de radiação que recebemos em uma hora é maior do que recebemos em São Paulo em um ano.

Você não sente nada, não vê nada, não muda nada, mas o bis não para de apitar e te lembrar que você está vulnerável.

O que sobrou dos soldados que limparam o local

Era para ser uma noite normal

Durante um teste de segurança em Abril de 1986 foram necessários poucos segundos para a reação nuclear sair do controle e explodir o reator número 4, lançando um bola radioativa a 1.000 metros de altura. Despreparados, os bombeiros acharam que aquele era um incêndio normal, e seriam parte das primeiras vitimas a morrerem da radiação nas primeiras semanas.

O governo soviético procurou esconder o acidente até que a Suécia percebeu um aumento significativo da radiação em seu território. Rapidamente ela percebeu que a radiação era mais no céu do que em suas plantas nucleares. Pelas leituras, a radiação vinha do leste. Em um contato com a Polônia soube que nada acontecia no país, logo só poderia ser algo na União Soviética.

Porem pior que esconder dos seus vizinhos, o governo escondeu das cidades próximas a usina nuclear. As pessoas continuaram suas vidas sem saber que estavam expostas a quantidades gigantescas de radiação. Alguns dias mais tarde o governo mandou que todas as pessoas pegassem o que pudessem carregar, e milhares de pessoas foram evacuadas para dezenas de quilômetros dali.

Porem os danos radioativos já eram irreversíveis nessa altura.

Tudo foi abandonado do dia para a noite

Se não vejo, nada vai acontecer

Chernobyl foi isolada por perímetro de 10 e 30km. Todas as pessoas foram evacuados dessas regiões. Os animais foram exterminados, as casas de pedras lavadas, a terra foi enterrada com camadas de areia e terra, tudo estava contaminado e “morto” do ponto de vista humano. Em poucas semanas toda a região em torno de Chernobyl estava deserta.

Algumas pessoas se negaram a sair, diziam que “se não viam, não tinha perigo”, ou coisas como “o que é essa tal de radiação? Nós não vamos a lugar algum, já sobrevivemos a guerra, isso não vai nos derrubar”.

A grande história de Chernobyl se desenrola para tentar conter o núcleo radioativo, agora exposto e reagindo, ameaça uma nova explosão gigantesca, grande o suficiente para limpar Kiev e Minsk do mapa. Foram necessários meses para controlar o acidente, centenas de milhares de soldados e mais de 15 bilhões de dólares. Muitos dizem que Chernobyl deu inicio a derrocada soviética.

Isolados do mundo para sempre?

Estima-se que serão necessários mais 20.000 anos para a area ser considerada segura para humanos habitarem a região. As grandes quantidade de matéria radioativa espalhada pela região não permitem que seres humanos habitem a região, sem correr riscos da exposição a radiação. Durante a nossa visita a Chernobyl, o nosso dosímetro apitava enlouquecidamente em algumas regiões bem próximas da Usina e na cidade de Pripyat.

Porem, depois de mais de trinta anos do acidente, algumas regiões já apresentam números aceitáveis para o desenrolar da vida humana. A própria cidade de Chernobyl hoje já conta com um pequeno hotel, onde é possível passar alguns dias hospedados e explorando a região com mais profundidade.

Por ali o nivel de radiação não é muito maior do que a radiação que recebemos em uma grande cidade como São Paulo ou Kiev. Tendo um dosímetro na mão fica fácil evitar as regiões onde estão os lixos contaminados.

O que sobrou de um jardim de infância

A floresta contaminada toma conta de tudo

Nosso medidor de radiação subindo…

A vida insiste em viver

Estranhamente a fauna da região, que foi toda exterminada após o acidente (pelo risco de espalhar a contaminação) está de volta. Cavalos, lobos, castores, veados, diversos animais aprenderam a viver com a radiação e ocupam as florestas da região.

A natureza insiste em seguir em frente

Apesar de bonita, não podemos tocar em nada

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